sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Para que a Educação?

21 de novembro
Eduardo Christmann

            Todos os dias, nos noticiários, vemos imagens de violência e ignorância. Os jovens começam agredindo professores e logo viram assaltantes. Eles são punidos, mas não é essa a questão. A questão é: até quando isso será necessário? Há uma frase de Pitágoras, filósofo e matemático grego do século VI a.C que, hoje em especial, diz tudo: “Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”. É uma pena que seu conselho não tenha sido ouvido. Mas não é tarde demais.
            Henry B. Adams foi um célebre professor americano que certa vez disse: “Um professor afeta a eternidade, é impossível dizer até onde vai sua influência”. Um bom professor  jamais é esquecido. Quando a família falha é nos educadores que recai a chance de mudar o futuro de um jovem. Mas tem sido difícil para esses profissionais. Que motivação resta a um professor para ensinar quem não quer aprender? Como um professor pode ter empenho quando recebe um salário que não compensa seu valor e corre o risco de sofrer agressões na sala de aula, onde ele costumava ser autoridade? Como pode que outras profissões nem tão importantes dêem tanto dinheiro, enquanto os professores são ignorados? Vejamos o exemplo dos jogadores de futebol, que nada ensinam, podem saber quase nada, e em pouco tempo são mais ricos que um professor veterano.
            Na Grécia Antiga viveu também um filósofo e pensador chamado Platão. Platão defendia a idéia de um rígido e amplo sistema educacional controlado pelo Estado. Em outras palavras, as crianças teriam de ser tiradas dos cuidados das mães para estudarem. Mas eu, pessoalmente, discordo. Afinal, o ser humano não é uma máquina para registrar informações. O afeto é peça chave na educação de uma criança, o interesse e a dedicação dos pais ou responsáveis. O apoio da família pode ser o elemento mais importante no processo de aprendizado, principalmente nos dias de hoje. Consequentemente, crianças com um ambiente desestruturado em casa enfrentam dificuldades muito maiores nas escolas. Platão criticava o Estado por esquecer-se da educação do povo e preocupar-se mais em guerras e conquistas. Hoje, não é tão diferente.
            Mas a questão dos alunos não é tão simples. Na mentalidade da maioria dos jovens de hoje, a escola, a educação, é apenas uma formalidade, uma obrigação, não algo prazeroso. Afinal, o país do futebol tem o cativante poder de criar astros do esporte, que com a bola nos pés fazem fortunas milionárias. Mas o que esses “mestres” têm na cabeça? Eles estudaram? Para um aluno, basta ter aptidão física que já se tem um futuro praticamente garantido. Além, disso, há casos em que deixar os estudos e encontrar um emprego parece ser mais proveitoso. Então, para que estudar?
            Quem tem a ver com a educação? Não é apenas uma parcela da população. Nem só Estado, nem só professores e nem só a família. Toda a sociedade é responsável pela educação dos jovens. Afinal, eles serão a sociedade de amanhã. Como pode a educação, que moldará o destino do mundo, ser deixada de lado? Quantos mais terão que abandonar os estudos, quantos mais professores se frustrarão e quantas  famílias se perderão?
            Na Índia viveu um homem chamado Mohandas Karamchand Gandhi. Hoje ele é chamado de Mahatma Gandhi. Ele foi o líder de uma revolução desarmada, sem violência que lutava por uma sociedade pacífica. Ele disse certa vez que “A força não vem da capacidade física e sim de uma vontade indomável”. Eu poderia acrescentar que  a força de uma pessoa, suas capacidades, não depende de quem ele nasceu, do que possui ou do que seu corpo pode fazer. Essa força só vem do conhecimento, de quem se escolhe ser, da educação que se recebe.

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